Procurava
a poesia
e
o ar que soprava me revestia de ânimo.
Mas,
as palavras eram poucas,
e
lhes faltavam a alta costura
que
desenvolvesse um tema
e
construísse um poema
cercado
por clássica moldura.
Procurava
a poesia
e
havia liberdade
para
que a construção dos versos
alcançasse
estilo
e
superasse as dúvidas
do
isto ou aquilo
e
me fizesse equilibrista
para
que a busca da forma
não
suplantasse
o
verter da poesia do coração
que
sonha e que espera em Deus.
E
continuava esta busca
e
me banhava nos rios dessa linguagem
e
me envolvia no riso dessa aragem
e
não havia gramática
que
servisse de ponte plena
para
extrair de cada grafema
a
sonoridade do amor
na
voz dos substantivos
ou
em certa musicalidade
que
só os corações poetas entendem.
E
na busca dessa poesia
gastei
livros e consumi cadernos
e
derramei tintas multicores
espichadas
em linhas pautadas
juntando
palavras com emoções
e
aconchegando versos próprios
em
mangas de camisa ou
mesmo
ternos bem cortados
alisando
meu bigode
e
coçando a cabeça
boquiaberto
diante da inspiração...
E
nesta busca intensa da poesia
a
cada verso nascido de um átimo de paz
me
redescobria inteiro em ritmo de jazz:
é
verso e sonho palavra e ritmo
ação
e movimento liberdade ao relento
e
os versos traziam consigo um sonho sem igual
uma
benevolência tamanha ao imo
e
os ventos do Espírito sopravam
um
jeito novo de andar, de ser e viver
mostrando
em palavras esculpidas com o sangue
que
poesia é vida, que se extrai até do mangue
quando
o ser permite por ela ser tocado
quando
o coração ama e se sente amado...
Josué Ebenézer – Rio
Bonito,
24 de Março de 2014
(17h38min).
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