domingo, março 02, 2014

DESTRANCAR PALAVRAS

Assim como é preciso
a noite
para acender vagalumes
alegres...
é preciso o choro
para que se destravem palavras
que vão dar origem à poesia.

Palavras aprisionadas
são como espinhas de peixe
entaladas na garganta
podem nos levar à morte
quando menos, é desconforto
ou incômodo mais que léxico-digestivo.

Assim como é preciso
o dia
para espantar as trevas
tristes...
é preciso a lágrima
para que se levantem mãos
que vão enxugar a dor.

Mãos atadas
são como rosas
arrancadas do jardim
:até tem seu charme e perfume
mas são fugazes como
palavras esvoaçantes.

É preciso destrancar palavras
para que elas possam construir
as pontes para o sonho infinito.
As passarelas da poesia
são as palavras que se ligam em
harmonia.


Josué Ebenézer - Nova Friburgo,

01 de Fevereiro de 2014 (22h01min).

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