Cantagalo, celeiro da terra
fluminense
polis do ouro,
fonte do tesouro
que esgotado no subsolo
aflorou na superfície da terra
para florescer nos corações de sua
gente.
Terra em que pisaram Coroados e Goitacazes
que atraiu o “Mão de Luva” na
insana busca
do ouro fácil dos rios Macuco,
Negro e Grande.
Terra onde o galo cantou para
expulsar a bandidagem
e fazer dos “Sertões de Macacu”
a Cantagalo que hoje conhecemos.
De seu solo brotou a esperança
na explosão criativa das sementes
que fizeram colher café, milho,
feijão
fruto do trabalho de cada mão
que se lançou ao labor da semeadura
para que houvesse a sega da
abastança.
Terra que atraiu a mão de obra
escrava
que com robustez o progresso
destrava
e a quem seus habitantes prestam
tributo
ao negro, ao índio, ao matuto
patrimônio econômico e social da
região
que ajudou a construir esta nação!
E como herança desse passado de
esplendor
o imponente Palacete do Gavião
que até hospedou um Imperador.
Cantagalo, berço de gente que se
fez ilustre
que emprestou ao seu torrão natal,
o lustre
de vidas nobres a serviço do bem.
Nestas plagas uma história começou
a ser escrita
quando Euclides da Cunha por aqui
nasceu
e retratando a Guerra dos Canudos
a obra-prima, “Os Sertões”, ao
mundo deu.
Foi em seu solo que despontou
Rodolpho Albino
o farmacêutico e militar, algo
poeta
que dedicou a vida ao estudo das
plantas
e pesquisou drogas por que tinha a
meta
de construir existência sobranceira
e publicar a Farmacopeia
Brasileira.
Destes rincões ganharam o mundo
gente como Eduardo Chapot Prévost
o médico-cirurgião e cientista
que no alvorecer do tempo
novecentista
foi pioneiro no ensino da
histologia e cirurgia
tornando-se mundialmente famoso
pela operação
que promoveu das xifópagas a
separação
sendo esta a primeira experiência
do ramo.
Daqui também partiram Augusto Ramos
e o historiador Accacio Ferreira
Dias.
Este, um venerável da maçonaria e
prefeito
Aquele o engenheiro que tornou
possível pelo bondinho
para o Pão de Açúcar encontrar novo
caminho
e enxergar a Cidade Maravilhosa de
outro jeito.
Cantagalo, incubadora de sonhos e
esperanças
cidade onde quem faz suas andanças
repousa nas suaves asas do amanhã.
Terra de gente que bebe o doce
licor do porvir
propondo a seus filhos novo tempo
que há de vir
e preenche a existência dos sabores
da fé.
Nesta cidade plantada na serra por
Deus
os que nela se acham, ao medo dão
adeus
com desvelo se agigantam e atapetam
a estrada da vida com as flores do
bem.
É por isso que Cantagalo sendo
velha é jovem
sendo pequena, é grande;
e quem nela tenha tido o prazer de
desfrutar
de sua gente a convivência e também
o sonhar
sempre em troca recebe, o ânimo e a
coragem
pra construir uma vida debaixo
dessa aragem
superando a desdita e toda espécie
de mal.
Por isso, Cantagalo, nestes seus
duzentos anos
renove as energias e refaça os seus
planos
pois a glória do passado o amanhã
já conduz
e a glória do futuro tem um nome,
tem um jeito
é sua gente dedicada, o seu povo
sonhador
que convida o mundo inteiro a viver
cada feito
e participar da vitória, pra
receber o louvor.
Reúna sua gente e continue essa história
história que vale a pena, que é
linda de cantar
pois a alegria, quando em cena, favorece
o amar.
Josué Ebenézer
Nova Friburgo,
02 de Novembro de 2013 (22h42min).
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