À sombra das mangueiras
meu pai viu a infância
passar;
viu os sonhos aninharem-se
no aconchego da esperança.
À sombra de meus poemas
mangas rosas e espadas
dão sabores as palavras
e sentido aos meus sonhos.
Não saboreia o futuro
quem não se lambuza de fé,
não busca sabores no
quintal.
As mangueiras sugerem vida
no renovar da Estação;
as palavras do meu poema
são prenhes de sugestão.
Pode ser a altura do pé
e a distância do prazer,
o desafio da escalada,
a fruta não descascada.
Quem experimenta o doce
do poema “intransponível”
sente o prazer da vitória,
a conquista do
“impossível”.
A aproximação do sonho,
o suave renovar da vida.
Quem se achega ao poema
se aproxima da alegria.
Poemas descrevem palavras-riso,
palavras-pranto e
palavras-fruto
e quem o alcança, mais que
isso,
alcança o Universo Poesia.
Quero poema que sugira
sonhos
que desperte certo
encantamento.
Poema não só para
refletir,
mas também ousar por um
momento.
Poema pra ler o que não se
disse
onde me escape de dizer o
tudo;
viagem maior que as
palavras,
imagem a flertar com o absurdo.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
02 de Julho de 2015 (05h18min).
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