Cada
crente possui uma fé.
Não
é fácil subir os degraus da vida
– estes
degraus da espiritualidade –
sem
a oração que sustenta a fé do que crê.
E
cada crente tem também um deus.
Mas
serão imprevisíveis escaladas
se
este não for o Deus dos impossíveis
que
sustenta o justo com o pão diário
e
veste o frio com o agasalho da esperança.
Eu
até diria que nós crentes somos:
um
tanto cegos para os transeuntes incréus;
que
escorraçamos a miopia quando
o
desafio próximo é enxergar com os olhos da fé;
e
somos algo surdos para as vozes que gritam agonias;
e
algo mudos para os ouvintes
que
esperam encaminhamentos.
Como
o Jacó da escada em sonhos
queremos
chegar no topo, onde Deus habita,
mas
o nosso travesseiro é de pedra
e
o sonho ameaça virar pesadelo...
Não
abrimos mão da fé, cremos em Deus,
mas,
no crepúsculo, o céu alaranjado
por
vezes acena horizontes ainda indefinidos.
Há
quietude, qual bálsamo suave,
nas
pequenas orações das manhãs de fé.
E
os cãezinhos farejam as migalhas
que
caem da mesa do seu senhor.
E
no rito da prece, do sonho, da fé,
as
árvores balançam ao vento, despencando frutos.
A
chuva da manhã cai sobre a relva
e
as orações vão movendo o coração de Deus.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
14 de Junho de 2014
(21h40min).
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