quarta-feira, agosto 06, 2014

AVESSO

Escorre como sangue
o sumo da terra que geme o descaso.
Avilta como tapa na cara
a química que invade o solo.
As matas desaparecem
e o cenário transmuda-se em sequidão.
A terra abre-se em rachaduras que expõem a aridez.
E a Sociedade assiste a degradação ambiental,
como se nada lhe dissesse respeito.
E, alguns, até esbravejam que não há jeito.
Tem que ser assim mesmo!
Mas, o mundo exposto ao avesso
na nudez da originalidade,
na crueza da Natureza:
geme a perda da fertilidade,
o esgotamento do solo,
a escassez das águas,
o desaparecer do verde,
o esvair da vida...

Quem há de trazer de volta o verde; a vida?
O avesso do avesso é a volta à superfície.
É preciso retornar de profundidades.
E recolorir o mundo,
reverdejar os vales e montanhas,
repovoar os céus, a terra e os rios
das espécies que caminharão
(junto com a humanidade)
em direção ao Paraíso.

Josué Ebenézer Rio de Janeiro,

01 de Julho de 2014 (06h10min).

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