Uma
ponte para eu atravessar
quero
também em suas muretas observar
o
leito do rio que oferece contorno às águas
e
pensar no curso da vida
que
dá contorno à minha existência.
Os
galhos das árvores se vergam ao ímpeto do vento.
Folhagens
desprendem-se rebeldes.
Eu
já não sou quem fui
as
lutas da vida me encurvaram,
mas
consegui novamente firmar-me
resistindo
aos ventos contrários.
Por
uma simples razão:
no
lugar secreto da oração
– meu
monte, meu imo, minha fonte –
curvei-me,
prostrado, ante meu Deus.
E
até percebi que nesta estrada,
antes
de chegar à ponte,
coisas
se desprenderam de mim
como
folhas de árvores castigadas pelo vento.
E
chorei, e relutei, e achei que eram perdas.
Mas,
na dependência do Espírito
descobri
que tudo era alívio
era
a sobrecarga desnecessária que só pesava em mim...
Agora,
estou sobre a ponte
e
preciso fazer a travessia.
Não
posso agir como a mulher de Ló
não
posso, de mim, sentir pena ou dó
é
preciso abandonar o passado
resistir
às negações
reconhecer
meus erros
soltar
as amarras
postar-me
na direção do Espírito
para
ser levado por outros ventos
para
que os ventos de Deus
me
levem ao seu Santo lugar.
Uma
lágrima teimosa insiste em aparecer,
mas
o Vento logo a seca...
E,
quando percebo, já fiz a tra-
vessia:
estou do outro lado
onde
tudo é Luz
onde
habita Jesus
e
eu sou ovelha de seu Rebanho.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
26 de Junho de 2014
(05h31min).
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