O
denso nevoeiro impenetrável
repousa
na serra, em Teodoro,
anunciando
para quem chega
que
a cidade descansa em penumbra.
Os
faróis não ultrapassam
a
barreira do insondável,
mas
são necessários para marcar posições;
afastar
o risco do perigo das luzes mortas.
Quem
chega, respira o novo ar;
sente
o clima das montanhas
e
vai sorrindo à medida que
descobre
a cidade encravada no verde.
Mas,
esta sensação alterca-se nada sutil:
o
visitante encanta-se
com
a reserva de Mata Atlântica,
com
o estilo europeu de alguma arquitetura
e
com a ocupação dinâmica do espaço,
num
desenho de urbanização
que
acompanha a topografia do lugar.
Porém,
o olhar que vê o verde
vê,
também, o cancro que se abriu,
ali
e acolá na mata;
vê
a invasão do morro
de
forma desordenada;
o
superpovoamento das encostas
e
o cenho fechado de um povo
que
caminha duro a sua dor.
Quem
há de resgatar de Friburgo sua estima?
E
quem há de repensar a cidade como um todo?
E
há de reaver, do passado a sua glória?
E
há de retomar a escrita de uma história
em
que os heróis sejam o povo
com
sua luta e seu labor
com
sua garra e destemor?
Nova
Friburgo precisa caminhar para o futuro,
abraçar
o progresso na dinâmica da existência,
preservar
sua tradição, mas galgar com competência
um
lugar proeminente nos destinos desta nação.
As
riquezas desta terra, a beleza do lugar
precisam
transpor o muro da neblina ou corrução;
organizar
a cidade em um novo patamar
onde
as crianças brincam,
os
jovens se amam
e
os adultos apenas sorriem
na
convicção de que tudo deu certo.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
14 de Junho de 2014
(05h37min).
Nenhum comentário:
Postar um comentário