Arquétipo
do Messias
estereótipo
da ilusão
o
pregador é um ente
sobrevivente
da esperança.
Foi
uma visão de entardecer
aquele
pregador na praça
corpo
magro em paletó velho
brandindo
sua fé para a raça.
Diante
de povo que não para
de
gente que anda sem ver:
uma
Bíblia surrada na mão
como
muleta para o existir.
Ele
apontava o dedo
– acusatório
dedo em riste –
para
os ouvintes imaginários
de
uma oca prédica louca.
Ele
esbravejava feroz
aos
gritos de palavras soltas
uma
escatológica angústia
da
solidão do ego exposto.
O
burburinho era grande
na
praça da cidade antiga
de
apito, sirene, ambulante
enquanto
o pregador grita.
Enquanto
o tempo passando,
os
carros fluindo velozes,
o
paletó do pregador soltando
e
o vento abafando vozes.
O
pregador não tem ouvinte,
o
pastor está sem rebanho
e
a praça fervilha emoções
de
corações distanciados.
A
tempestade se avizinha,
o
pregador se descabela,
mas
as rajadas se incumbem
de
arremessar folhas ao vento.
No
hiato entre pregador e praça
há
um intervalo de insanidade
a
alienação é o selo do caos
que
domina o estertor da cidade.
O
relativismo duma vida sem Deus
faz
produzir quem Deus queira ser
implanta
caos nos relacionamentos,
aniquila
a convivência do viver.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
05 de Junho de 2014
(07h54min).
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