domingo, julho 06, 2014

INQUIETANGÚSTIA

A minha “nova vida” passou e eu nem estava lá pra ver.
Eu nem cheguei a entender direito conversão
nem quando o pastor falou que tinha que dar meia volta:
uma coisa de deixar um sentido e ir para outro.
Agora, o da eternidade com Deus...

O que eu pensava naquele tempo, nem sei.
Talvez estivesse olhando para
umas coisas atraentes aqui da Terra.
Foi uma garota? Um amigo? Um lazer?
Nem sei. Só que convertido,
não experimentei o novo ser.

Ah, Nietzsche e seu super-homem
Heidegger, Marx ou Schleiermacher.
Hegel, Bultmann ou qualquer
um dos existencialistas profanos
ou mesmo um dentre os teólogos insanos
que me falasse de coisas ocultas
e não me sarasse as feridas internas
dessa alma inquietante
de angústia exorbitante.
Ah!

Não sei se foi garota, amigo ou lazer,
só sei que fui me converter
no tempo em que os hormônios pululavam a mil
e essa inquietangústia esquizofrênica
me fez mal, me fez mesmo mal
neste país tropical
de futebol, carnaval e samba
que anestesia a alma e o corpo descamba
para um iníquo lado
de não sentir a dor do pecado.

Mas é isso mesmo que faz o Inimigo de Deus.
Como se desse lado de baixo do Equador
a fome fosse zero, esta fome de amor.
Mas isto não é vero, simplesmente existe
e a alma se inquieta e a angústia insiste:
a dor está presente, existe isso por aqui
e só alcança libertação aquele que destrava
a dura maçaneta do coração
e deixa Cristo entrar com o verdadeiro amor...

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

02 de Junho de 2014 (12h51min).

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