sexta-feira, fevereiro 02, 2018

POEMA DA MADRUGADA

Um galo canta e quebra o silêncio;
outro responde e a madrugada espanta.

É de ouro o silêncio quando não se tem o que falar!

O relógio tiquetaqueia insistente, dando tapas no meu pescoço.
Quem pode ouvir a alma, se o relógio é tagarela?

E – como é boa a madrugada amiga;
tenho fome e sede de suas inspirações...

Quero alcançar com as mãos o poema da madrugada.
Antes, quero alcançar o sonho que vagueia por aí...

Ouro da poesia que vem do silêncio,
musa que passeia livre nos encantos da madrugada!
Brilho! Brilho de palavras:
que lustram do dia seu alvorecer!

São seres, coisas, emoções o que retenho.
Mais que galos, relógios e amores da madrugada:
a poesia tem o sortilégio de flutuar sobre tudo e em tudo...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
27/01/2018 (05h54min).

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