Menino boleiro que já se
foi
e a bola rolando no
terreiro
a dança dos corpos no jogo
um dia que se vai na
serra....
Ficou a sombra da noite
próxima,
o banho, o pito, o grito
da mãe na janela.
O menino com a bola
debaixo do braço
e o short rasgado e sujo
em pés descalços.
Geme uma saudade de casa
pobre de morro.
Geme uma desconfiança de
que tais tempos não voltam mais...
Bola rolando no terreirão.
Dia seguinte à dança dos
corpos
e o desenho do jogo no
campo de terra batida;
cadernos largados em casa
no chão de sua vida.
Menino boleiro que já não
é mais;
novo dia nos sonhos do
menino das montanhas.
O galo canta no morro na
casa do Chico
a manhã se anuncia na voz
do tenor de galinheiro.
O menino com a bola gasta
debaixo do braço
desce o morro apressado e
a vida
quer ganhar o futuro na
dança do jogo
deixa pra trás o terreirão
e sua gente
anda apressado em busca do
sonho...
Hoje ele sabe o preço de
corações tristes ao abandono
por um sonho que ainda não
veio e nem sabe se virá...
Josué
Ebenézer – Rio das Ostras,
10/02/2018 (07h28min).
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