terça-feira, janeiro 17, 2017

VERSOS SERRANOS – VI

Aprendi a fazer poemas sobre a serra
sentindo o vento no rosto
e o baloiçar das folhas nas árvores

quando começo a escrever
as palavras se aproximam
e se dão as mãos

a natureza é tão unida
quanto o idioma
esta última flor do Cão Sentado

eles se reinventam
ao sabor dos tempos
combatendo a degradação

aprendi a fazer poemas
sentindo o cheiro da graviola
aberta ao meio e revelada

sentindo o cheiro da terra
encharcada de sonhos
após chuva de verão

sentindo as palavras cobertas
das caldas de sorvetes
dessas frutas suaves da estação.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
11/01/2017 (06h35min).

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