Você está
sob a sombra
de árvore de
copa frondosa
estirado na
grama e a poesia
se eleva às
alturas das montanhas,
sua mão
encobre a luz natural
da manhã
sobre o grande livro
que repousa
sobre suas pernas cansadas,
e seus olhos
fecham e
a cabeça
pende
em
movimentos compassados,
balanceados,
até que o
sono o domina
e adormece.
O que sonha?
Sonha que a
vida é um grande livro,
mas há uma
Grande Mão
vedando a
escrita.
A mão é
pesada,
mas, mesmo
assim você tenta movê-la.
Ela, porém,
é inamovível.
Você briga
com a Grande Mão,
porque
insiste em conhecer seu futuro,
não consegue
conviver com as dúvidas
acerca de
como será o seu amanhã.
As
interrogações chicoteiam sua mente
e você quer
respostas rápidas.
Mas, a mão é
grande, intransponível,
ao mesmo
tempo que serena e acolhedora.
Quando você
se cansa da luta inglória
de tentar
remover a Grande Mão
você se
entrega e, exausto,
se deixa
cair: estafado,
desgastado,
sem forças para prosseguir,
como se
morto estivesse
e, então, se
prostra e adormece.
Quando
recobra os sentidos
se sente
acolhido, protegido.
Uma sensação
boa, tranquilizadora,
perpassa
todo o seu ser.
Você sente
que o sono foi reparador,
pois o seu
estado de ânimo é outro,
sua
disposição se renovara,
há uma luz
que ilumina e aquece sua vida.
E aí você
descobre a razão de tudo isso.
Não apenas
suas mãos deixaram-se
repousar na
Grande Mão.
Todo o seu
corpo está ali:
instalado,
aconchegado,
acondicionado
em forma de
conchinha,
com
perfeição, na Grande Mão.
E aí, em
meio àquela sensação de alívio,
de paz, de
vigor,
você
descobre que
a Grande Mão
é a Mão de Deus
que acalmou
seu coração inquieto,
seu corpo
acelerado.
Na Grande
Mão de Deus que move o mundo
tem, também,
um lugarzinho que é todo seu:
tem uma
concha para abrigá-lo
do cansaço e
propor calmaria;
tem um dedo
sinalizador
para indicar
o melhor caminho;
tem uma
palma aberta
para receber
o cravo de sua dor;
tem um braço
estendido
para
recebê-lo no abraço da fé na cruz.
E essa
Grande Mão aconchegante lhe diz,
com
suavidade, ternura e segurança,
diante de
seus medos e temores interiores:
– Confia em Mim!
Josué
Ebenézer – Nova
Friburgo,
14/01/2017 (05h10min).