Teus
pés, passos silenciosos no escuro;
teu
andar, pés que caminham desconfianças;
teu
corpo, sombra que se esgueira como chuva rápida;
teus
gestos, meticulosamente estudados para não se destacarem;
teus
braços, alavancas que se movem com presteza;
tua
respiração, vento que sopra suave sem balançar folhas;
e
assim prossegues na vida,
transitando
o cotidiano, sem dele fazeres parte;
és
um sonâmbulo ser que caminha silente por entre gentes
poucos
te encontram com outros;
tuas
poucas palavras não chegam a construir um diálogo;
és
um ser que não se apresenta
não
és o que aparenta. És máscara!
Então,
procuro no teu rosto os sinais do quem.
Teus
olhos, bolas de game que se movimentam velozes;
teus
lábios, finas articulações que pouco se mexem
e,
quando o fazem, inexpressivamente;
teu
nariz, estrutura pontiaguda acusatória;
tuas
maças do rosto,
ícone
despudorado da insignificância da palidez;
teus
cabelos, corte rasteiro sem glamour;
teu
sorriso, filete insensível de apatia sem dentes;
tua
presença, sombra que se arrasta por entre gentes
em
busca da invisibilidade.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
05 de Março de 2015
(05h45min).
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