O
poema é como a pipa:
a
gente faz o arcabouço,
mas
ele precisa ser capaz
de
receber o vento da inspiração –
que
sopra contínuo sobre
sua
estrutura –
para
subir bem alto
e
manter-se na atmosfera da poesia.
O
poema precisa ser como a pipa:
balançar
bem alto nos céus da existência,
desenhar
multiformes alegorias
no
coração do pipeiro-poeta
sem
nenhum artifício cruel
que
retire do rosto o sorriso
e
esconda a alegria por detrás dos montes.
Como
a pipa, o poema depois que nasce
–
e isso só se dá quando ele encontra
suas
palavras –
assume
a forma dada por seu autor.
Mas,
é nos céus do pensamento,
no
jogo-brincadeira, que se dá o desvendamento.
Há
quem prefira mantê-lo estável no ar;
há
quem queria debicar e fazer piruetas
redesenhando
a vida.
O
poema, tal como a pipa
precisa
do vento inspirador
para
manter-se no alto.
O
poeta apenas segura a ponta da linha do outro lado
(e
há um carretel solto no chão).
Se
a inspiração não tiver suficiência poética
a
poesia desaparece no concreto armado das cidades.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
24 de Fevereiro de
2015 (05h31min).
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