sexta-feira, abril 10, 2015

CRUCIFIXO

Aquela parede branca e luz ambiente
e um inquietante vazio de vozes
a revelar morosidade em tempo veloz

e o esconder de lágrimas tão teimosas
que apresentam o caos de céus incertos
em olhares rudes que já não creem.

Cadê o porvir? Onde, a esperança
– e a prece entreouvida de lábios moucos
– e os joelhos dobrados em estrados rotos?
Ah! – que fazes na cruz se daí saístes?
– Se até passastes pelo túmulo que vazio ficou?
A humanidade teima em ver na cruz um Cristo que ali não está.
O certo é, parede branca, a cruz vazia!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
04 de Fevereiro de 2015 (06h22min).

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