quinta-feira, fevereiro 19, 2015

AO ENCONTRO DA POESIA QUE ANDA DE SAPATO VULCABRÁS

Os bares te escondem
nos balcões de dores sentidas
e das mesas dos restaurantes
some a fome de poesias.

Os guardanapos contrastam
letras de poemas azuis
que sujam o branco encardido,
mas limpam a alma da dor de cotovelo
e dos sopapos da existência.

Eu te procuro nas ruas
onde teu terno negro se desintegra
no breu da noite raivosa.
Em princípio és ainda sombra
mas, aos poucos, vais tornando-te
em exilado da escuridão.

E, porque amas a poesia,
não te manténs nunca na via principal.
Pegas os atalhos da madrugada
onde tua alma enamorada
faz da lua uma aliada
e some no original.

Enquanto é fértil teu sonho
nas estradas de chão batido
(suadas do orvalho da noite)
deixas as marcas do açoite
que clamas não querer mais.
Mas, o poeta tamanho
que se mostra em teu peito
se apresenta de qualquer jeito
em seu andar Vulcabrás.

Nas estradas de terra da vida
a sola de teu sapato fica;
assim marca cada coração
o teu poema, irmão!

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
19 de Janeiro de 2015 (12h23min).


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