Por
muito tempo amei os morangos
silvestres
e o azedinho da mordida.
Traziam
recordações da infância e do
tempo
da vida mansa e dos sonhos inocentes.
Acrescentava
à memória:
os
pés descalços e a ânsia do aprender.
E
eu, por muito tempo amei os morangos
silvestres
e o azedinho da mordida.
Mas
a capina feita no terreno aqui de casa,
pôs
abaixo uns tardios morangos silvestres
de
minha pequena vida grande.
Meu
amor por eles era como de
companheiro
de início de jornada.
À
beira do caminho eles acompanharam
meus
primeiros passos e estavam sempre à mão
quando
os olhos vasculhavam o chão.
Foram
testemunhas de não sei quantas orações
e
se deixaram regar por inquietas lágrimas juvenis.
Mas,
junto com o matagal, estes morangos tardios se foram.
E
aquele vermelho-róseo tão viçoso
escondido
em tenras folhas verdes do viver,
– embaladas
pelo vento da montanha,
e
no verter das águas ao som do canto do riacho –
estão
desaparecendo lentamente do imaginário também.
Já
começam a ficar distantes (como a existência)
embora
o azedinho continue gravado
na
saliva ocasional.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
09 de Maio de 2014
(14h25min).
Nenhum comentário:
Postar um comentário