No
Mural da Igreja
– de
longe –
vejo
os cabelos grisalhos
do
pastor
e
o anúncio
:“Caravana
do Arrependimento”.
Ao
lado do cartaz,
um
truque do destino
:um
convite de casamento.
E
a noiva é rica e bela.
A
festa promete!
Mas,
o convite é individual.
Daqui,
de onde vejo o pastor,
a
luminosidade
que
entra pela janela
incide
sobre seu rosto, seu olhar.
E
os sulcos da idade
já
começam a surgir.
Mas,
o olhar perspicaz,
parece
perguntar
:e
você? O que vai escolher?
Assusto-me!
Eu?
Escolher?
A
vida tem festa e testemunho;
lazer
e trabalho;
sacro
e profano...
Mas,
que dilema é esse?
Tem-se
que escolher, realmente?
Volto
os olhos para o Mural.
O
cartaz da “Caravana do Arrependimento”
está
lá.
A
foto do pastor domina o cartaz.
Seus
olhos me veem.
Suo
frio.
Coloco
a mão no bolso.
Meus
dedos tocam um
quadradinho de papel couché
:tenho
convite para a festa.
Subo
os degraus da escada
me
aproximo olhando para o cartaz.
Subo
mais.
Estou
agora perto do Mural.
Não
importa onde esteja,
longe
ou perto,
embaixo
ou defronte,
à
esquerda ou à direita...
Como
a Mona Lisa eclesiástica
os
olhos do pastor me acompanham.
Olhando-me,
dali,
a
toda hora,
o
pastor indaga
:e,
então, vai?
Examino
as datas e horários
–
no cartaz e no convite –
:não
há dilema!
Festa
e testemunho
irão
me acompanhar
e
eu a eles.
São
datas diferentes.
Dá
para estar nos dois.
Alívio.
Meu
lado humano quer a festa.
Meu
lado espiritual quer a evangelização.
Sorrio.
Prossigo
o meu andar.
Subo
as escadas.
Distancio-me
do Mural.
Agora
o vejo por cima.
O
pastor continua a olhar-me
–
monalisamente –
e
vejo, por fim,
uma
última pergunta no seu olhar
:e
se tivesse que escolher irmão?
Sinto
a cutucada.
Fiquei
sem resposta.
Mas,
lembrei-me que era
a
“Caravana do Arrependimento”.
Josué Ebenézer – Saquarema,
06 de Abril de 2014
(07h15min).
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