A João José Soares Filho (In Memorian)
No dia em que papai morreu
O sol não brilhou de teimoso.
O tempo amanheceu chuvoso
No dia em que papai morreu.
A chuva regando a terra.
A gente andando apressado.
As nuvens pairando na Serra.
Poças d’água por todo lado.
E a manhã começou tranqüila:
Papai em seu leito no hospital,
Mas à tarde faríamos uma fila
De emoções neste norte fanal.
No dia em que papai morreu
Ainda havia uma esperança.
O médico nos deu confiança
No dia em que papai morreu.
Sabíamos ser o quadro difícil
Só se Deus o quisesse mudar.
Um milagre seria um edifício
Para o Pai mesmo arquitetar!
Eu não sabia, e nenhum mano,
Qual era de Deus o seu plano.
Naquela manhã tão chuvosa
Que regava o canteiro e a rosa.
No dia em que papai morreu
O canteiro sumiu na chuvarada,
E a rosa sucumbiu despetalada.
Nesse dia uma poesia nasceu.
É que não se pode aprisionar
O perfume da rosa de Deus.
E sua morte que me faz chorar
Leva-me em direção aos céus!
Nova Friburgo, 24/12/2004(7h04m).
segunda-feira, janeiro 21, 2008
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