Ela está na rua plena de
vida
em frente ao meu portão
traz seus sonhos
em corpinho frágil de
criança pobre.
Seus olhos adicionam à
face a interrogação do amanhã.
Pequena e franzina, porta
uma sacola
onde pretende recolher as
sobras do Natal dos outros.
No seu olhar brilha a
humanidade perdida,
o paraíso distante, a
estrela que não apareceu:
um John Milton de saias
tentando recontar o Evangelho.
As flores daquela rua não
estão brotando
e ela toca a campainha com
a sacola vazia.
Ela é da altura do amor de
todos nós!
Mas somos tão
individualistas em nossos natais...
– e em tudo mais –
que não enxergamos na
criança inominável
uma manjedoura humana pra
Jesus nascer.
A manhã seguinte é a
oportunidade que temos
para provar pra nós mesmos
que o nosso Natal foi verdadeiro!
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
26/12/2017 (06h06min).
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