Caminhar é preciso, mas
havia um fuzil na mão do tráfico.
Era eu ali e mais outro e
outros mais.
Nas casas, uma Igreja que
ora pelo pastor
E eu sabia-me içado das
trevas
Guiado por Deus,
Piloto-automático de minha vida.
Da penumbra, espreita o mal
E então ventava, era o
Espírito de Deus
Convencendo-me de que era
preciso caminhar.
Viajar. Mesmo sem saber o
porquê,
Seguia, conduzido pelo
Guia, Deus.
Experimentei a expressão
máxima
Da comunhão.
Deus cobria-me com suas
asas.
Pássaros da noite voavam
Em forma de tiros que
espocavam
Incessantemente.
Mas eu naveguei
A distância de uma vida
Nas asas de Deus.
Naquela noite eu tinha todo
o tempo do mundo
O Kairós invadiu o cronos
Para fazer da virtualidade
o real
E do efêmero, espiritual.
Assim como Josué, o filho
de Num,
Por Deus parou o sol;
Deus, por este outro Josué,
parou a noite,
Cegou as trevas, blindou
meu carro,
Desviou as balas, salvou
minha vida.
Cumpriu-se a Palavra:
– “E tu não serás atingido!”
Oh, glória!!!
Viagem provisória na noite fluminense.
Viagem para mais perto de Deus.
Para se tornar mais crente,
Mais fervoroso.
Amoroso servo de Deus.
Para ser grato, imensamente grato
Como animalzinho ferido, que é cuidado
E come das migalhas que caem do prato.
E isso já me bastaria,
Mas, Deus quis servir um banquete:
De amor, misericórdia e bondade.
Fico imaginando a viagem definitiva
Quando for levado para os braços do
Pai...
Josué Ebenézer – Nova Friburgo,
27 de Novembro de 2016 (06h05min).
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