terça-feira, dezembro 27, 2016

VIAGEM PROVISÓRIA

Caminhar é preciso, mas havia um fuzil na mão do tráfico.

Era eu ali e mais outro e outros mais.

Nas casas, uma Igreja que ora pelo pastor
E eu sabia-me içado das trevas
Guiado por Deus, Piloto-automático de minha vida.

Da penumbra, espreita o mal
E então ventava, era o Espírito de Deus
Convencendo-me de que era preciso caminhar.

Viajar. Mesmo sem saber o porquê,
Seguia, conduzido pelo Guia, Deus.

Experimentei a expressão máxima
Da comunhão.
Deus cobria-me com suas asas.

Pássaros da noite voavam
Em forma de tiros que espocavam
Incessantemente.
Mas eu naveguei
A distância de uma vida
Nas asas de Deus.

Naquela noite eu tinha todo o tempo do mundo
O Kairós invadiu o cronos
Para fazer da virtualidade o real
E do efêmero, espiritual.

Assim como Josué, o filho de Num,
Por Deus parou o sol;
Deus, por este outro Josué, parou a noite,
Cegou as trevas, blindou meu carro,
Desviou as balas, salvou minha vida.
Cumpriu-se a Palavra:
– “E tu não serás atingido!”
Oh, glória!!!

Viagem provisória na noite fluminense.
Viagem para mais perto de Deus.
Para se tornar mais crente,
Mais fervoroso.
Amoroso servo de Deus.

Para ser grato, imensamente grato
Como animalzinho ferido, que é cuidado
E come das migalhas que caem do prato.

E isso já me bastaria,
Mas, Deus quis servir um banquete:
De amor, misericórdia e bondade.

Fico imaginando a viagem definitiva
Quando for levado para os braços do Pai...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
27 de Novembro de 2016 (06h05min).

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