Assim é o discípulo; sonho
dele é multiplicar.
Conhece bem sua missão e
põe-se a trabalhar.
Esvaziar-se a si mesmo,
secar por dentro, até.
Virar o deserto pelo
avesso, com sua oração de fé.
Sabe que precisa gostar
muito de gente
- e mesmo que não goste -,
ele por si já sente
que é preciso, então, logo
aprender a gostar:
na sua vida o verbo, mais
que perfeito, é amar.
Quando ele seca seu ego
através das lágrimas
é como, do velho homem,
homenagens póstumas.
Deus rega o solo e
devolve-lhe um rio jorrando
que do seu interior verte,
enquanto segue amando...
O discípulo aprende a ser
com o seu Mestre
seguindo-lhe os passos,
como bom pedestre.
(Ele não imita para
superar, senão para sonhar,
pois a vida é, antes de
tudo, o próprio caminhar...)
Para quem se acostumou a
ficar no bem raso,
o discipulado é um mergulho
para tirar atraso.
Descer às profundidades de
Deus, suas riquezas:
a sabedoria, a ciência e
tantas outras belezas!
E o discípulo descobre o
quão insondável
são os juízos de Deus; caminho
inescrutável.
E nos campos brancos para a
ceifa divina
o discípulo vê o sonho, que
sua alma anima!
Josué Ebenézer – Nova Friburgo,
09 de Novembro de 2016 (12h19min).
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