Ó povo brasileiro, por onde
andará tua alegria
onde os sonhos e
esperanças, em qual corcel cavalgam?
És o sustentáculo e a base
dessa nação benfazeja
sentes o frio na espinha de
um futuro que morre infante.
Teus heróis têm pés de
barro, não sustentam um vintém
de altruísmo edulcorado:
pirulitos roubados das crianças.
As manhãs são azáfamas de
um frenesi sem tamanho,
as noites são os desesperos
de barrigas vazias nos leitos.
Trabalhas de sol a sol e
sentes o peso do mundo
e sentes a dor do tempo que
morre no calendário
e sentes o envelhecimento
da derme que se sacrifica
e o outono da vida que
chega sem pedir licenças.
Trabalhas acreditando, mas
a fé vai-se com a foice
que capina a esperança de
teu coração brasileiro.
O país que te venderam quando
aqui nascestes ontem
não é hoje o que prometeram
e nem amanhã o será.
As riquezas desta terra, em
que tudo que se planta dá,
até do subsolo roubaram, não
só o ouro que Portugal levou.
É o mal que se instalou,
nos escaninhos do poder
e fez brotar do cimento de
Brasília, a vil corrupção.
Amas viver e te alegras com
o pouco que se te dê;
e exaltas – na própria
trama do existir – a cordialidade.
Mas não suportas mais, esta
louca insensatez
de uma sórdida bandidagem
vestida de colarinho branco.
Brasileiras e brasileiros,
que caminham entre os mortos
apodrecidos na mente, no
sonho e no coração;
as cadeias serão poucas
para ajuntar esta gente
que não merece indulgência,
precisa de punição.
Que a ferrugem corroa as
grades e corrompa os corpos
dos que mataram com a
caneta, por leis ou falta delas
os sonhos de
brasileirinhos, a vida de meninos e meninas
a beleza das mulheres, o
orgulho dos homens, as cãs dos velhos.
Que todos os miseráveis
corruptos, devolvam cada tostão
que desviaram do trabalho,
da saúde e da educação.
E experimentem o barro, a
lama e a carestia,
a falta de esperança, o
dente podre e a apatia.
Que o Brasil confesse
agora, que uma geração se perdeu
que tentaram matar nossos
sonhos, mas ele não morreu.
Que não se cale a Justiça,
mesmo que Brasília exploda:
não é iconoclastia, os
políticos é que saíram de moda.
Josué Ebenézer – Nova Friburgo,
30 de Dezembro de 2016 (16h27min).
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