domingo, dezembro 25, 2016

MENOS QUE A MORTE, MAIS QUE A VIDA

Explosivamente, um hiato...
Despenca o ribombar da covardia
Habito entre a vida e a morte.
Não poupa nada do que passa
Transpassa a matéria que veloz
Se afasta em ritmo automobile.
É simulação do inferno?
Ou é aproximação do céu?
Um tiro estilhaça o vidro
E a alma vai ao colo de Deus
Ao som das explosões distantes.
Foram instantes fugazes
Levitação celeste
Afastamento da realidade
Neste distanciamento provocador
Acionado pelo amor.
Lá fora o breu, as trevas, o caos
Dentro do carro a antítese do mal
O Espírito que pairava sobre o invisível
das águas purificadoras.
Estilhaços, balas, vento e vazio
Na experimentação do Indizível.
Deus se permitindo ser sobre mim.
A sombra do Onipotente que cobre.
Deus em mim, e eu tão carente.
O vaso inteiro, quebrado por dentro.
Aquele que jorra de fontes eternas
Oferecendo restauração.

Engulo a dor, enxugo a angústia

Pelos poros verto rios de paz.
Deus é mais. Deus é tudo.
Eu não sou atingido.
É a derrota de Satanás.
E na calçada o casal enviado de Deus
Faz comigo a oração do livramento.
Não há lamento.
Só o gosto da gratidão na boca.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
25 de Novembro de 2016 (12h37min).

Nenhum comentário: