quarta-feira, dezembro 10, 2008

UMA CANÇÃO DE AMOR

Quando todos os homens depositarem suas armas,
como brotos no solo da pacificação
e não mais existirem espíritos sobressaltados;

quando ninguém mais armazenar rancores,
e o coração da humanidade for o solo dos amores
que como jardim bem cuidado aguarda a floração;
e tudo que receber a intervenção humana
for abençoado por esta busca de felicidade,
que promove singeleza no povo do campo
e enche de paz as gentes da cidade;

quando todos os seres forem alvo de atenção
e não houver privilégio para nenhum animal,
mas todos com justiça, tratados por igual;
e pássaros silvestres não forem engaiolados
nem mesmo os leões no aperto enjaulados
para - pura idiotice - só divertir os humanos;

quando as crianças puderem retornar as praças
e a vida de todos nós voltar a ter sua graça
com velhos passeando entre pessegueiros no pomar;
e todos os poluentes forem expulsos das fábricas
e não existirem no mundo mais matanças calábricas,
pois todos já respiram serenos o mesmo ar;

quando a mesmice abandonar o nosso cotidiano
e se perceber na velhice o descerrar do pano
da vida que pode amar, do nascer ao ocaso;
e amar for imperativo entre todas as nações
e a cidadania for ensinada dentre todas as noções
como a que não se prescinde, nem é obra do acaso;

- então, sim, entoarei, prazeroso, naquele instante
a canção de amor que me faz regozijante!

Nova Friburgo, 16 de Agosto de 2007. (15h26min).

Nenhum comentário: