Quando o verão for embora e já não fizer calor;
o sol não for mais inclemente e nem abrasador.
Quando o bate-papo do portão se escassear
e todos se recolherem à casa pra descansar...
Quando a alegre algazarra, da criançada em farra,
já não mais se fizer presente aqui na vida da gente.
E os namoricos de portão, tão presentes na estação,
derem lugar a ruas sóbrias sem as artes do coração.
Quando as luzes dos postes se apagarem todas,
e o breu tomar o céu como em densas negras bodas.
Quando nos cantos de muros por casais abençoados
já não mais se entrevirem uns corações enamorados.
Quando o verão for embora e ralentar o amor;
as folhas salpicarem o chão de um tapete voador.
Quando faltar a alegria pra subir junto com o vento
e a mente se embotar tão triste pelo tormento.
E não existir esperança nem crianças pela rua;
o sonho se acabar e secar o orvalho da manhã.
Quando faltar brilho d’olhos que no alto vêem a lua
e não mais repousar a retina no foco do amanhã.
Então, quando o verão acabar e com ele vier dor,
o jovem que sonha com a vida terá que responder,
antes que se acabe a brisa do último ventilador:
- Que farei com este frio, que será do meu viver?
Nova Friburgo, 30 de Abril de 2007 (9h58min).
quarta-feira, dezembro 10, 2008
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