As horas se perderam na madrugada.
Não há relógios.
Só seres maltrapilhos
que se misturam às ratazanas.
Em algum lugar do Rio de Janeiro
a lua brilha.
E os vultos se movimentam.
E o odor explode nauseabundo.
Em algum lugar do Rio de Janeiro
o vento sopra.
E as ratazanas disputam restos de comida
com estes bípedes humanos.
Então, um menino,
demasiadamente magro para ser gente.
tão fraco, tão débil para trabalhar,
carrega sacos de lixo –
a reciclagem da esperança de futuro
levada às últimas conseqüências –
em algum lugar do Rio de Janeiro.
Todos se preparam alvoroçadamente para o espetáculo da vida...
Nova Friburgo, 18 de Abril de 2007 (21h35min).
quarta-feira, dezembro 10, 2008
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