O ano morto pesa sobre mim
como torrentes d’águas de chuvas
na cabeceira do rio da vida
por entre as montanhas do ser.
Meu corpo sofre a precipitação
dos embates travados no Cronos
dos dias findos na memória...
O que foi não voltará mais
e o sorriso é uma pálida lembrança
de se estar vivo por mais um tempo.
Dentro em pouco,
cada qual fará, do seu jeito
o sepultamento de mais um ano
que já não mais será:
apenas matemática
na contabilização angustiosa
do já vivido
ante o encurtamento cruento
do por viver...
Serei o sonho do possível
ao acordar no Novo Ano.
O que é a vida?
Apenas uma contagem do tempo
por anos, meses, semanas e dias
no calendário do mundo?
Que é o tempo se não
uma marcação sem memória,
sem apreensão.
Não se consegue aprisionar o
tempo na vida.
Não se consegue parar o tempo
na ampulheta.
Não se consegue congelar
os cromossomos e gens
para não se corromperem.
Não se consegue domesticar
a alma para não sofrer...
Preciso de um deus, preciso de Deus!
Um deus qualquer não resolveria
minhas angústias e incertezas.
Um deus qualquer não me apontaria
caminhos de vitória e eternidade.
Preciso de Deus!
Só ele pode trazer alívio à alma
e ele faz um suave convite para isso:
– Vinde à mim!
O Ano Novo está logo ali,
E, em seguida, a vida.
Viver, seguir a vida,
deixar Deus agir, confiar...
É apenas um marca-passo do tempo,
mas o Ano Novo é pressuposto
de chances; novas oportunidades.
Eu quero crer! Eu quero ser! Eu quero fazer!
Vem comigo!
Deus está aqui, bem perto, no coração.
Josué Ebenézer –
Nova Friburgo,
30/12/2018 (08h55min).
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