quarta-feira, maio 30, 2018

VIGILIAZINHA


Vigiliazinha, os crentes estão indo para o templo,
cada qual tem sua luz própria.

Comércios sem vida espichados nas calçadas
portas de aço frias fechadas aos olhos.

Os crentes vão com a sua luz pessoal
e as ruas se acendem momentaneamente.

(É como as nuvens de fogo de Deus iluminando o deserto!)

Passos solitários disputam a calçada com os crentes
o notívago não tira as mãos do bolso nem para receber o folheto.

É urbana a brisa fria no rosto e tem cheiros vários
o sereno molha a face mas não esfria o coração.

Desta vez os crentes oraram caminhando pelas ruas da cidade
foi uma andança abençoada pela madrugada.

Como os pastores, que na vigília da noite guardavam seus rebanhos,
os crentes guardam a cidade com suas orações móveis.

O Cristo estava vivo naqueles corações adoradores
que faziam vigiliazinha de fé em caminhada.

Mas não era tempo ainda do galo cantar
embora se escutasse o ladrar dos cães...

(Estes faziam sua vigília como melhores amigos
de uns homens tristemente pecadores...)

O notívago voltou depois de ter chutado umas portas
e ouriçado uns moradores de rua ébrios.

Desta vez não resistiu ao enxergar a luz dos crentes:
estendeu as mãos para receber as Boas Novas.

A madrugada está ao meio de uma vigiliazinha
e a um passo de acontecimento luminoso.

Os crentes entram no templo à meia luz
entoam o paulino Cântico de Vitória.

Nos céus as estrelas choram lágrimas de emoção
ante a Luz maior que as originou.

Brilha o mais puro Amor que a humanidade jamais viu.
No templo, à beira rio; nos templos, à beira coração...

É o maior refletor não convencional
de Luz, de Paz, de Amor e de Esperança.

Vigiliazinha.
            Templo. Templos.
Os crentes cuidam da cidade, apresentando-a a Deus.
O Espírito Santo habita em cada vida.

Templo iluminado, corações ardentes!
Uma madrugada se passou e o povo de Deus louva.
A vigiliazinha trouxe paz para a cidade
trouxe harmonia para os corações em fé.

O galo já pode cantar. É sua hora e sua vez.
Já é quase manhã e a vigilância espiritual não cessa
quando entra no templo o notívago sem nome
que encontrou Deus, no caminho,
e está ali presente com um coração ardente...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
27/05/2018 (06h05min).

Nenhum comentário: