Vigiliazinha, os crentes
estão indo para o templo,
cada qual tem sua luz
própria.
Comércios sem vida
espichados nas calçadas
portas de aço frias
fechadas aos olhos.
Os crentes vão com a sua
luz pessoal
e as ruas se acendem
momentaneamente.
(É como as nuvens de fogo
de Deus iluminando o deserto!)
Passos solitários disputam
a calçada com os crentes
o notívago não tira as
mãos do bolso nem para receber o folheto.
É urbana a brisa fria no
rosto e tem cheiros vários
o sereno molha a face mas não
esfria o coração.
Desta vez os crentes
oraram caminhando pelas ruas da cidade
foi uma andança abençoada
pela madrugada.
Como os pastores, que na
vigília da noite guardavam seus rebanhos,
os crentes guardam a
cidade com suas orações móveis.
O Cristo estava vivo
naqueles corações adoradores
que faziam vigiliazinha de
fé em caminhada.
Mas não era tempo ainda do
galo cantar
embora se escutasse o
ladrar dos cães...
(Estes faziam sua vigília
como melhores amigos
de uns homens tristemente
pecadores...)
O notívago voltou depois
de ter chutado umas portas
e ouriçado uns moradores
de rua ébrios.
Desta vez não resistiu ao
enxergar a luz dos crentes:
estendeu as mãos para
receber as Boas Novas.
A madrugada está ao meio
de uma vigiliazinha
e a um passo de acontecimento
luminoso.
Os crentes entram no
templo à meia luz
entoam o paulino Cântico
de Vitória.
Nos céus as estrelas
choram lágrimas de emoção
ante a Luz maior que as
originou.
Brilha o mais puro Amor
que a humanidade jamais viu.
No templo, à beira rio;
nos templos, à beira coração...
É o maior refletor não
convencional
de Luz, de Paz, de Amor e
de Esperança.
Vigiliazinha.
Templo. Templos.
Os crentes cuidam da
cidade, apresentando-a a Deus.
O Espírito Santo habita em
cada vida.
Templo iluminado, corações
ardentes!
Uma madrugada se passou e
o povo de Deus louva.
A vigiliazinha trouxe paz
para a cidade
trouxe harmonia para os
corações em fé.
O galo já pode cantar. É
sua hora e sua vez.
Já é quase manhã e a
vigilância espiritual não cessa
quando entra no templo o
notívago sem nome
que encontrou Deus, no
caminho,
e está ali presente com um
coração ardente...
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
27/05/2018 (06h05min).
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