A
Judith de Sousa Soares
(In Memorian)
As saudades de maio... o
inverno na pele.
Ventinho frio na serra de
ar puro e doce.
A saudade bate à porta,
faz marolas de luz
e sinto o cheiro do verde
que murchou antes.
Há uma santa inocência por
entre as árvores
como o folguedo de
crianças no pique-esconde.
O vento dribla os arbustos
e o vestidos azuis
baloiçam ao vento, junto
com a passarada.
Como é dorida em mim, esta
minha órfã solidão;
a ausência de mãe, neste
maio de saudades...
O meu ser volve no tempo e
lembra aquelas mãos...
Aquelas mãos que afagam
meu rostinho infante,
depois de devolver o
cobertor ao meu corpo na cama.
Ah! Como este maio me traz
estas gratas recordações:
o olhar suave de mãe,
sua face bela e firme,
em rosto que a idade
encrespou,
mas não roubou a ternura
nem o Bem que vem da alma!
Nesta terra serrana uma
santa floresceu!
Maio saudosista, mas de
pensamentos bons:
traz alegria relembrar
esta mãe de sorriso fácil.
Fostes há pouco, completou
apenas ano.
Mas é uma eternidade o
vazio de sua voz
que da poltrona dizia que
sempre orava por mim...
Nascestes para ser luz;
a luz mais bela que brota
do Amor:
leve, límpida, luminosa;
luz com o brilho que da
Rosa
emite aconchegante calor...
Os crentes vão passar nas
domingueiras manhãs
pelas ruas de Olaria e as
velhinhas também.
A caminhada lenta do tempo
traz a mim, sopro de um
vento
que tem recordações de
maio, mamãe:
–
Tu continuas passando suave em meu amor!
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
10/05/2018 (04h36min).
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