Não
deem gritos para que os ouça
nem
cogitem em dar murros no púlpito.
Absolutamente
não apontem o dedo em minha direção
e
nada de atitudes performáticas do tipo:
deixar
o seu lugar para vir me abraçar.
Estou
energizado e a carga é negativa.
Preciso
me concentrar em algo superior,
preciso
esvaziar-me da minha dor,
preciso
reencontrar o equilíbrio
e,
no momento, recuso estereótipos.
Busco
o silêncio profundo da alma.
Sei
que será na anulação total do eu
que
me encontrarei com Deus.
Então,
se quiserem fingir que não existo,
eu,
insisto, me deixem em paz.
E,
se lhes pareço desesperado,
angustiado
como nunca estive,
saibam
que apenas estou na antessala da libertação.
Não
quero ouvir alaridos,
vozerios
e bateção de palmas.
Não
quero risos gritantes,
gargalhadas
de qualquer gênero.
Quero
apenas os risos marcantes
que
sulcam suavemente os rostos
sem
emitir qualquer som.
Não
quero o barulhar de moedas
caindo
no gazofilácio.
Quero
apenas o som das asas dos corações
batendo
suaves em direção ao coração de Deus.
Assentada
ao meu lado no banco do templo
estava
uma velha senhora, viúva rica,
que
me passara imperceptível o tempo todo
até
aquele instante em que se movera para ajoelhar-se...
E
eu vi a glória de Deus no seu semblante contrito.
Curvei-me,
também, arrependido
e
pus-me a chorar cântaros de lágrimas
no
êxtase da libertação dos meus pecados,
no
encontro maravilhoso com meu Criador.
Levantei-me.
Saí
do templo, mas não do culto.
Levo
comigo a paz de Cristo
e
um semblante em mim jamais visto
que
traduz para o mundo a minha nova vida.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
15 de Janeiro de
2015 (05h05min).
Nenhum comentário:
Postar um comentário