Antigamente,
quando os grandes coros ainda
ouvíamos
com a própria fé
e
com lágrimas nos olhos subíamos as escarpas
e
com risos nos rostos chegávamos aos céus
e
com coração pulsante cantávamos os natais
seguindo
sempre a direção de Deus
onde
os filhos da fé brilhavam
na
constelação espiritual dos remidos
e
o manto negro dos céus se acendia das luzes de Deus
e
as vozes corais ecoavam dos templos
e
o sonho da Nova Jerusalém se materializava.
Agora:
um telefonema para a agência de turismo
e,
garante-se, o réveillon de Copacabana
buscando-se
as luzes de fora, já que falta brilho interior.
Isso
mesmo, ainda se tem luzes e músicas, porém...
Ressente-se
a falta de organistas e pianistas
que
interpretem a emoção do momento:
uma
esperança o sonho a celebração.
Algumas
vozes se levantam, mas o playback
insiste
em agarrar no aparelho não convertido.
Os
cantores possuem vozes plastificadas,
talhadas
nas aulas de canto monocórdicas.
E,
o vibrato, é pura técnica
já
que o coração não vibra a fé.
E,
ainda assim, a gente se emociona
e
chora e sorri e abraça e beija
porque
desaprendemos a cantar com a alma
mas
o tema continua sendo o mesmo
e
sobra, enfim, uma esperança
de
que um dia, novamente,
os
rios de água viva voltem
a
fluir das cordas vocais dos coristas...
Quando
se percorre a cidade
e
se percebe toda ela iluminada
e
as lojas, pequenas e grandes,
com
enfeites de luzes e cores
na
busca de um faturamento salvador de um ano magro
e,
por ali, naquele comércio
umas
coralistas velhas, vestidas de Mamãe-Noel
e
parecendo onipresentes
no
coreto na avenida no grande magazine
no
Hall de entrada do shopping
e
o povo frenético, transeunte apressado,
conversando
tagarelices triviais
e
o som ecoando das canções tardias dos natais
na
festa sem fim em que se tornou o fim do mundo,
não
só nestas épocas especiais
mas,
o sumiço de cena, dos grandes corais
das
peças grandiloquentes
“cum Sancto Spiritu; in gloria Dei Patris, Amen!”
do Oratório Elias, de Felix Mendelssohn
dos
acordes sacros da música dos céus.
Tudo
uma bajulação só, jogo de cena,
pastiche,
comércio, coisa “pra inglês ver”
mas
– os grandes corais que cantavam antigamente
“Os
céus declaram a glória de Deus!”
e,
eles próprios, cantando para a glória do Pai –
desapareceram.
Melhor
chamar os gestores dessas igrejas
plastificadas
e mandar trocar o roteiro...
Ah,
que saudade de igreja de pastoreio de rebanho
que
vontade de ouvir de novo um grande coro harmonizado.
Prefiro
as notas tiradas do teclado da alma
e
aquelas entoadas com as cordas vocais do coração.
Uma
pomba branca voa nos céus
quando
um coro espiritual canta pra Deus!
Um
Ano Novo que chega.
O
dia amanhece preguiçoso.
É
só o começo.
Foi
dada a largada pra mais um ciclo
e
o solstício vai acontecer.
Há
esperança.
Jesus
é o Sol que se levanta
nos
corações crentes a cada manhã.
Sim,
tenho saudades dos coros de antigamente.
Mas,
não do Jesus. Ele ainda está presente.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
02 de Janeiro de
2015 (07h17min).
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