Ouvi
os sapos da lagoa coaxando na noite
e
disputando minha poesia. Eram enigmáticos.
Alguns
sons eram indefinidos
como
o azul marinho do breu.
E
formavam um grande coro
na
fantasia da lagoa prateada
iluminada
pela lua afônica.
Ouvi-os
submersos às margens da lagoa
enquanto
a garoa da noite
regava
meus sonhos poéticos.
Ouvi
os sapos da lagoa entre os arbustos
de
minha poesia que não virou canção.
Ouvi
os sons dos sapos e do silêncio.
A
noite tragara o pensamento carrancudo
e
libertara a poesia branca do coração.
Elos
de mistério e revelação entre as sombras:
cada
qual escondia no vazio o clamor da poesia.
Ouvi-os
barulhentos. Revoltosos.
E
num som grave, rascante, eu me escutei.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
14 de Janeiro de
2015 (21h15min).
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