Eu,
próximo a Maternidade de Friburgo.
Via
estreita, impedida, tomada de obras,
e
abarrotada de carros de um dos lados...
Um
lugar difícil de estacionar
(como
se não fora diferente com um bebê:
chegar
ao mundo e encontrar um berço).
Eu
com paciente impaciente:
enjoos,
vômitos, e o velho saquinho em uso.
Carros
que vem, carros que vão.
O
neném é carregado no ventre,
simplesmente
levado ao sabor do útero que o abriga.
Seguir.
Dar macha a ré.
Em
carro velho, difícil de engatar.
Vida
que vem, vida que vai...
O
milagre do renascer na bolsa que está prestes a romper.
Marcha
a ré.
Para
estacionar.
A
vida, por vezes, nos leva para trás.
Um
passo ou dois.
Para
avançar seguro, depois.
Uma
vaga aparece.
Não
uma onda grande, em alto mar, encapelado.
Embora
a vida quisesse dar um caldo naquela menina
ainda
criança:
–
Vai brincar de boneca?
Perguntei-lhe,
quase sem pensar.
Ela
apenas riu, dizendo frágil um “é” entre lábios...
Uma
vaga para o carro
naquele
tumulto da vida, do trânsito, da biografia de alguém.
E
eu na espreita.
Procurando
uma vaga
mais
na mente que no olhar.
Vaga
apertada, estreita.
Nem
sei mais o que pensar!
Olho
pra garota pelo retrovisor interno do carro:
sentada,
melhor dizendo, espichada no banco traseiro.
Não
lembro de muita coisa.
Só
de uma cor vermelho-vivo
e
no meio, um pingo de gente:
Vagamente!
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
30 de Abril de 2014
(17h30min).
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