quinta-feira, maio 08, 2014

APRISCO

Ovelhas desciam a colina.
O aprisco não atraia gentes
esvaziava sonhos.
E o desejo de falar ao seminarista-pastor
que sua homilia não emocionava –
(e que ele deveria fazer mais orações)
era mais forte em mim que as árvores daquele morro.

(estava como no dito adaptado;
um olho no pastor, outro no culto)

O rapazinho era magérrimo
paletó largo, engolindo-o.
Recém formado, não saberia:
que a espiritualidade era muito mais
que impressionar com ricas leituras
e palavras rebuscadas.

Enquanto isso,
eu ali como ovelha
que subia a colina sempre
para ouvir as palavras do futuro pastor
com os ouvidos colados na esperança
e a cabeça mentalizando o futuro.

Mas o templo mesmo
tirando o esvaziamento dos sonhos
e os arroubos do seminarista
era a casa das ovelhas e ali o seu lar.

Era alimento, vida e proteção.
E tudo mudou, quando ele começou a orar...

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

03 de Maio de 2014 (23h50min).

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