quinta-feira, maio 08, 2014

COM A MÃO COLADA NO TEMPO...

Com a mão colada no tempo, chamo o vento;
um vívido ânimo, um sonho materializado.
E o corpo solto na fração da vida
limitado ao Norte do bom senso
a Noroeste do que ensinou o sábio:
“há tempo para todo propósito...”

Com os olhos mirando o infinito
me vejo numa nebulosa escarpada
e giro sobre o trêmulo horizonte
e gingo embalado pelas canções das rajadas fugazes.
Amo tudo o que se possa chamar de Esperança;
ainda que o fumegar da xícara de café se apague ao vento.

Sou o retrato de um mundo fracionado,
o instantâneo de uma terra apressada
a percorrer o mapa da existência
seguindo os presságios que o coração amante
atira como setas na atenção do Tempo.
E vou por este jeito trocando as horas
(ainda que os ponteiros girem sobre si mesmos),
construindo meu espaço, sem vãs repetições.

Josué Ebenézer – Nova Friburgo,

28 de Abril de 2014 (21h43min).

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