Chamavam-me de Josué.
Josué Perequeté.
E diziam coisas...
Coisas assim:
“Josué Perequeté
tira bicho do pé
pra cumê cum café!”
E eu não gostava da brincadeira daquela gente
que fazia rima fácil com o meu nome...
Chamavam-me Zué.
E de Zué em Zué
ficavam zoando
e eu só escutando...
Mas um dia dei um tapa na cara de um garoto
que não quis parar quando pedi.
Aí tudo terminou.
Silêncio total.
Sepulcral.
Desde então me fiz ouvido, respeitado.
Mas precisei do uso da força.
Aquilo não foi bom!
E eu, incomodado, procurei o rapaz, dias depois,
pra pedir-lhe perdão.
Cantavam Josué...
E a música que cantavam -
protagonizando-me -, dizia:
“Josué era filho de Num
trabalhava por dois e comia por um!”
Eu entrava na adolescência
e apenas sorria entrelábios tímidos.
Neste tempo, se cantava na Igreja
uma musiqueta assim:
“Senhor o meu desejo é servir-te em meu viver!”
E a turminha criou uma adaptação sonora:
“Senhor o meu deJosué, amá-lo em meu viver!”
E eu simplesmente comecei
a flertar as menininhas da Igreja...
Rio de Janeiro, 24 de janeiro de 2005. (6h50m).
sexta-feira, maio 30, 2008
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