Um quarto. Um espelho pálido.
Imagem bruxuleante de mim mesmo
a dizer que na tua ausência
também sinto falta de mim.
Uma cama de casal grande demais
para os meus pensamentos.
Pequena, apenas para as emoções.
Lençóis. Cortinas.
Abraço o travesseiro
recendendo à fronha de guarda-roupa.
E o cofre gigantesco -
de ferro fundido de início de século XX -
avisa-me zombeteiro que o nosso amor
ficou trancado no segredo
particular de sua não-presença.
Olho para o forro do teto
de antigo lambris branco reformado.
O pé-direito alto fala-me
de antigos sonhos de nós dois
mas também lembra-me
da distância inatingível
de teu corpo agora.
Minha carne treme na rosácea
sensação das cores e cheiros
sutis do amor,
e sonho com o momento
em que nossos corações palpitantes
hão de se reencontrar no paraíso
do nosso lar.
Laranjais, RJ, 22/04/2000 (23h15m)
sexta-feira, setembro 07, 2007
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