As portas que se fecham para a vida
estão bem perto a cerrar.
Sem esperança, abandonei a triste lida
e vim contigo cantar.
Não sei se sou eu merecedor
de tudo o que a vida mostrar
mas deixei o cansaço e a pasma dor
e vim contigo cantar.
A despensa, entreaberta, está vazia
e uma fome tremenda a saciar
à procura de socorro fingi que ía
e vim contigo cantar.
Há meses exorcizo o desemprego
já não penso que o possa abandonar
me humilhei, chorei, feri o ego
e vim contigo cantar.
Tanta dor, as contas estão vencendo
e o credor na porta a cobrar
larguei os sonhos em mim quase morrendo
e vim contigo cantar.
As crianças em casa sem diversão
e os braços cruzados a esperar
resoluto ouvi a voz do coração
e vim contigo cantar.
Já não penso da vida o horizonte
um dia com esperança alcançar
e lembrei-me de ti, eterna fonte
e vim contigo cantar.
Nova Friburgo, 25/05/2000 (15h54m)
domingo, setembro 09, 2007
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