In Memorian de Jovelina Barros Faria
A gente nunca espera por ela,
mas, quando vem:
Ou passa junto ou passa perto.
É a morte
que, no fundo,
não dá sinal de alerta:
Ou leva a gente
ou leva alguém que a gente quer que fique,
...quando ela passa perto!
Aí se descobre
que ainda não se pensou nela.
E isto,
não por falta de consideração,
pois geralmente ela não precisa de convite:
É intrusa,
chega sem ser convidada!
Não se pensou nela,
porque ela tem andado por outros ares,
tem visitado outros corpos,
tem conquistado outras terras:
O seu perfume tem passado longe...
Mas, tudo é diferente...
...quando ela passa perto!
Você se fere,
se machuca,
se agride;
para entender o que ela é,
para saber porque ela vem,
para compreender a razão dela ter levado,
exatamente, quem você nunca imaginou
ou quem você gostaria que não fosse,
...ao menos dessa vez!
...mas ela passou perto!
E você reivindica,
grita,
clama.
Chega a falar em injustiça!
Mas não tem jeito:
É sem retrocesso.
...pois ela passou perto!
Surge então o vazio.
Uma ausência melancólica
das palavras que esse ausente apenas balbuciou,
dos atos que ficaram congelados no ar,
dos gestos de carinho que não se conseguiu abraçar!
As ausências trazem lembranças
e as lembranças, saudades:
Das palavras, atos e gestos de carinho
que lhe couberam como parte dedicada.
Quando ela passa perto:
“Tudo muda / tudo se transforma!”
Só ela é sempre igual:
Indiferente!
Não escolhe gente:
Quem seja,
como seja,
onde esteja.
...quando ela passa perto!
...ou passa longe!
Porque ela está sempre passando.
Mas a gente só sente
ou pensa nela...
...quando ela passa perto!
Niterói, 05/02/1988 (1h25m).
sexta-feira, setembro 07, 2007
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