A
primavera colore a serra friburguense.
Guto,
teus
passos no Alto de Olaria acordam velhos sonhos
e os
galos dão adeus à noite que se finda.
Teu
bairro é o mesmo. Teus pais, amados.
E tu
olhas perdidamente as casas lá embaixo;
e as
casas que encobrem morros, mas não teus sonhos...
Numa
espiral de desejos, desces as ruas
que
serpenteiam as altitudes até chegares,
no
templo batista, no sopé de todos os morros.
O
Templo é a tua segunda casa.
Lá
teus fantasmas pessoais são exorcizados.
Teus
medos, teus receios, tuas inseguranças...
João
Marcos, Israel, Hugo
e
outros caminham ao teu lado
como
sombras de um passado
que
não te largou:
quando
o passado é bom
ele
beija nossas faces no presente
pela
suave brisa das montanhas...
Agora
que os sonhos são realidade –
no
tempo em que a plenitude chegou;
o seu
auge de explosão da vida –
tudo
volta:
Todas
as vozes,
todas as falas,
todos os afetos...
Tua
mãe,
teu pai,
tua casa...
Mulher
e filha observam tua maturidade
e as
flores da primavera trazem o perfume da vida.
És um
cidadão que abraça a vida;
és um
cristão que assume a fé.
És
tua voz!
Tua
voz é o trovão que anuncia o Juízo Final.
Tua
voz é a suavidade do vento que baloiça flores...
Vida,
que vida, e a vida é o que assimilamos:
do
pai que orienta;
da
mãe que afaga;
do
pastor que acende a fé;
dos
irmãos de fé que sustentam.
Neste
instante, teu coração tem um segredo;
o
segredo que guardastes no silêncio do teu jardim:
enquanto
os galos dão adeus à noite finda,
enquanto
o vento cochicha com as flores primaveris...
Enquanto
tomas o assento no lotação
e
percorres, sem perceber, a cidade
repassas
mentalmente teu segredo:
tu és
fruto do amor,
do
amor primeiro de Deus
e,
depois, daqueles
que
compraram a ideia de ti nesta vida.
Guto,
senta
neste estúdio e diante destes botões
põe
pra tocar para o mundo a canção da vida!
Josué
Ebenézer – Nova Friburgo,
13/10/2018 (04h15min).
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