Estufa o peito, o músico
na esquina do meu Brasil.
Enche os pulmões de ar,
solta o som da angústia...
Já foi melhor compreendido,
já foi, também, mais musical.
O pequeno amplificador
não mais emite o piano-base...
Mira o Cruzeiro do Sul,
observa a ararinha azul.
Voo solitário como o seu
naquele saxofone plebeu...
O país acompanha sem parar
a música triste do músico:
é o som da decadência moral,
dessa angústia visceral
que sopra e tira o fôlego
e compromete a respiração
e provoca falta de ar
transtornando o coração...
Uni-vos, músicos da terra;
instrumentistas do Brasil!
Juntemo-nos à Orquestra
que alegrará com canção.
Expulsemos toda a dor
com o Cântico da Vitória.
Que nenhuma desafinação
corrompa nossa história...
Só as vozes do coração
e a doce música dos céus
converterão estes incréus
e mudarão nossa nação!
Josué Ebenézer –
Nova Friburgo,
04/10/2018 (05h04min).
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