Almejo em mim saber tudo
sobre a comunhão.
Rompe-se o lacre da
ligadura,
e esquivo-me do mal cheiro
dos falsos.
Almejo chegar no “quando”
a igreja rompeu
pela mente e pelo coração
com a fé;
no “onde” a igreja se
corrompeu
e passou a acreditar num
arremedo de união.
Que conjunto desalinhado é
esse de gente sem esperança
em que corações mutilados
digladiam com a morte
e o pecado na superfície
afastou a bonança
e as facções se debatem
brincando com a própria sorte?
Falta pouco para espirrar
sangue das veias arrebentadas
dessa má circulação de
oxigênio pra vida
onde já não se encontra,
tanta alma arrependida
só martelo, foice e espada
e uma gente desmiolada.
A corda está esticada, a
ponto de romper
e os bonecos sestrosos,
não conseguem perceber
que são títeres macabros
do demo e seus asseclas
e que a igreja sai
perdendo em meios a tais refregas.
Há os que estão neste
bolo, mordidos pela mágoa,
sucumbidos pela ira, em
meio a fúria louca;
mas, onde o amor não
deságua e a paciência é pouca
continua intenso rolo e
toda essa gente pira.
Continua uma fagulha de
raiva que incendeia
e quem busca migalha de
paz em alguma veia
não encontra, pois a
guerra ali já se instalou
e o respeito humano há
muito que acabou.
Almejo saber sobre a
comunhão:
para onde foi esta marca
incrível
da igreja do passado.
Esta koinonia envolvente
que bonomia promovia
fruto do ágape divino
no meio de tanta gente.
Quando a igreja toma as
rédeas das mãos do Deus condutor
e faz de si mesma a medida
ignorando seu Senhor
a igreja sucumbe doente, sobrevivendo
moribunda
e tudo põe-se a perder e a
graça de Deus não abunda
e a fé já não mais viceja
e a igreja se faz demente
mesmo que ninguém veja.
Mas, se houver um
clemente,
fagulha em restolho seco,
a chama da comunhão se acende
e expulsa qualquer fogo
amigo
e contagia o próximo
e faz voltar a alegria da
salvação
e no meio da igreja há
restauração
porque o Espírito Santo de
novo é pleno.
Almejo em mim saber tudo
sobre a comunhão
e dividir um pouco com
quem quiser ser irmão.
Josué Ebenézer – Nova
Friburgo,
29 de Julho de 2015 (05h02min).
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