procuro
o ovo no ninho
e
o que vejo
em
desalinho
são
bicos sem penas
envolvidos
num chilreio
louco
de minguadas aves.
o
ovo que não nasceu
está
escondido no
parágrafo
da redação
que
o professor
cortou
por falta de espaço.
e
o meu desabafo
de
fotógrafo da vida
é
continuar acreditando
que
enquanto houver ninho
e
aves dispostas a chocar
haverá
vida, haverá esperança.
o
ovo da rola,
rola
qual bola
rolando
bolinha
caindo
do alto da árvore
no
espaço infinito do sonho
sobre
o cimento humano
que
encobre o húmus vital.
mas
o ovo volta
ao
tipógrafo
porque
a ave sempre
volta
ao ninho
para
novas ovulações.
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