sexta-feira, outubro 03, 2008

O SONHO

A rua de minha infância
tinha pedras.
E eu caminhava esperanças
nas pedras de minhas andanças.

Meus sonhos depositei
nos altos.
Nos altos montes verdes
da Serra de pedras-paredes.

Da rua eu via o monte;
pisava o chão.
O chão do meu sonho Brasil:
um cristal que se partiu.

Tentei escrever uma história
nos céus.
Céus de um azul tristonho
aniquilador de sonho.

Minha pipa serpenteava
bem alegre.
Escrevi no horizonte: futuro.
Mas do sonho o monte era um muro...

Minha casa ficava na rua
da esperança.
Esperança que se perdeu na chuva
deixando-me com a vista turva.

A rua ainda continua por lá
e a casa.
A casa de onde ainda se vê o monte.
Só o sonho que secou como a fonte...

Nova Friburgo, 20 de Dezembro de 2006 (12h15min).

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