terça-feira, setembro 25, 2018

CANÇÃO CAPENGA


Capenga, penga, na capela
a canção do cantador...
Larga a capa, acende a vela
canta para o seu senhor.
O som vem à minha porta
entra em casa, faz morada.
Este é o som da alegria
é o som da madrugada...

Capenga, encrenca, na capela
quero eu ser escalado...
Pra cantar esta canção
não sou tão desafinado.
Vou cantar com emoção,
com os dedos, com a voz.
Capenga, penga, na capela
capengando el capellán.

La canción ya no será
tão capenga, penga, penga.
Quero colocar firmeza,
acabar com esta encrenca.
Vou acrescentar beleza,
tonalidade e harmonia.
Fazendo ecoar na noite
esta incrível melodia!

Estas canções que ouço
atravessando a fazenda
quando estou no terreirão...
São as canções do passado,
do presente e do futuro
da família em seu lidar.
São as canções para o gado
são a canções de ninar...

Outras vozes já cantaram
vozes várias, vozes mil.
Vozes que não sossegaram
e ecoam em meu Brasil.
Com galos da madrugada
ecoam vozes de cabra-macho,
gado, ovelhas, cães de guarda
junto aos cantos do riacho.

Não sei se é medo ou sofrença,
mas se não ouço as canções
quando eu lá vou visitar...
Este lugar que é da família
onde resiste um pomar
com suas frutas e cheiros,
seus sabores e temperos,
quase me ponho a chorar...

O passado traz lembranças
capenga, penga, na capela.
Retine no ouvido as canções
de um passado que se foi.
Recordo minhas andanças
não é emoção de lapela
são doces as recordações
como a guiar carro de boi...

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
05/09/2018 (04h02min).

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