Pare com esta cadência alemã...
Quero neste piano a malemolência do gospel,
mas daquelas fundadas no Negro Spiritual
ou mesmo na brasilidade do samba...
As terras frias da Europa, os povos gélidos
dali,
produziram uma música que não me ferve.
Não quero um tico-tico no fubá
quero um Happy
Day nacional
com ararinhas azuis, ianomâmis
e os tambores da selva, urucum...
Funde comigo a voz que não confunde:
essa voz tonitruante da alma ancestral...
Como estão os sons do meu Brasil, sons do Espírito?
Música que sopra de dentro, que vem dos céus?
Canto que faz gemer a Floresta Tropical
e se faz Hino da surda inquietação nacional?
Mova-se, piano, em suas teclas brancas e pretas
represente nossa gente de mesmas cores, sem tretas
e que todos se enxerguem nessas novas
canções...
Quando se ouve a voz do Espírito
não há batuque ou dedilhado,
sopro de saxofone bem arranjado
ou mesmo solo de guitarra gauche
vindo de uma potente electric church.
Pode ser partitura de Handel, Mendelssohn ou
Haydn,
mesmo um poema de Gióia Jr. com traços de cupim
ou qualquer gospel provindo de Vineyard.
Mas quero Logos e preciso ser Hagios
já estou vivendo em outros estágios
onde não há espaço para o não-louvar...
Quero um país-piano em que brancos e negros
vivam, dos adoradores, esta santa harmonia
como as teclas do piano em sua melodia,
harmonizados por Deus e tornados íntegros.
As leis humanas são insuficientes,
mas com inspiração nos corações crentes
pulsa forte o amor em solo nacional.
Meu Brasil, meu Brasil
abra os olhos e veja a luz que raia,
cante as canções do coração,
adore com todo o seu ser:
Corpo e alma em sintonia com Deus!
Josué Ebenézer –
Nova Friburgo,
26/09/2018
(05h12min).
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