quinta-feira, junho 11, 2015

VASO DE PORCELANA CHINESA

O vaso acompanha minha poesia.
O vaso de bênçãos que quero ser,
o vaso de flores de minha janela,
o vaso sanitário das madrugadas serenas...

O vaso acompanha minha poesia.
Para ele sigo ao aviso do organismo
e as madrugadas espreitam
a sombra que carrega vazia
os cadernos e canetas
nas madrugadas pernetas
de minha frágil poesia.
           
Sou como um grande vaso.
Do botão pode florescer rosa
ou de uma forma indecorosa
expelir dejetos com atraso.

Poderei ser bênção pros outros
e arrancar sorrisos marotos
se minha poesia oferecer luz.
Poderei oferecer uma paz
dessa poesia que subjaz
no Verbo que me conduz.

Um dia farei despedida dos vasos.
As flores já terão murchado,
meu corpo não mais funcionará,
na eternidade sou um abençoado.

Josué Ebenézer Nova Friburgo,
14 de Maio de 2015 (09h28min).


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